A Divina Liturgia é verdadeiramente um dom do Espírito Santo à humanidade. É uma iniciação nos mistérios do Espírito, um modo...




A Divina Liturgia é verdadeiramente um dom do Espírito Santo à humanidade. É uma iniciação nos mistérios do Espírito, um modo da revelação de Deus e de todas as coisas celestes. Não há nada na Liturgia não seja revelador da Divindade e das energias da Santíssima Trindade.

Pois sabemos e acreditamos que Deus é nosso Pai, vemos a Igreja, especialmente quando celebramos a Liturgia, como nossa verdadeira casa. Entramos e saímos livremente, fazemos o sinal da cruz, acendemos nossas velas, falamos com nossos amigos, e é fácil ver que que os Ortodoxos sentem que a Igreja como sendo sua casa. A Liturgia é nossa família reunida, nossa casa. E que casa espaçosa é essa! Juntos conosco estão aqueles que estão ausentes, junto com os pecadores, e com os iníquos e os mortos, mesmo aqueles que estão no inferno, mas que ainda podem se lembrar de algo sobre Deus. 


Então vamos para a Igreja, nossa casa, e somos verdadeiramente felizes. Isto é o maior privilégio que um cristão pode ter. Aqui experimentamos a graça de Deus. Experimentamos nossa salvação, os resultados da obra redentora de nosso Deus, de Cristo, o excelente "Sumo Sacerdote". Cristo vive por nós, ora por nós, e eleva Suas mãos ao Pai celestial.  Ele não cessa de urgir nossos santos - e particularmente Sua Mãe, a Theotokos - para interceder por nós ao Pai Celestial, por nossos corações, por nossos pecados, por nossos sofrimento, por nossas decepções com a vida. Então não pensem que, quando vamos a igreja, estamos entrando e saindo de um prédio comum. Em vez disso, subimos e entramos no Santo dos Santos, no próprio paraíso. 

Então, quando entramos na Igreja estamos atravessando a distância entre a igreja ao paraíso. Vemos o pão e o vinho, mas quem entre nós não acredita que sejam Cristo? Inalamos a fragrância do vinho e do pão, mas quem entre nós não acredita que isso seja o Corpo e o Sangue do Salvador? Este é um sacramento. Isto é o que um "mistério" da igreja significa. 

Nossa liturgia é um dom extraordinário. Ninguém é digno de tamanha grandeza. Ninguém pode fazer nada sem Deus. Somente ele faz essas magníficas bênçãos reais e as coloca em nossas mãos e corações.

E por isso dizemos: Agradecemos a Ti, Senhor nosso Deus, pois Tu derrubaste as fileiras dos anjos e nos elevou para o céu. Somos considerados dignos de estar diante do Pai celestial. Que benção! Que felicidade!


Mas cada um de nós pense em quão grande e rico Deus nos fez; quão grandemente Ele nos exaltou, apesar do fato de que somos pecadores! “Ai de mim”, disse o profeta Isaías, pois o próprio Deus desceu sobre mim e temo que eu morra. E isso é o que devemos dizer também quando chegamos à igreja. Devemos ter medo, mas também devemos nos alegrar. Devemos temer, mas nossos corações também devem pular de alegria, porque estamos abraçando Deus, e Deus está nos abraçando.


Por: Arquimandrita Aimilianos de Simonopetra

Fonte:https://blog.obitel-minsk.com/2018/06/the-divine-liturgy-as-gift-of-holy.html


pelo Hieromonge Damasceno Christensen  "O mistério da Tríade Una, já que tem haver com a Essência de Deus, é incompreensível não...

pelo Hieromonge Damasceno Christensen 

"O mistério da Tríade Una, já que tem haver com a Essência de Deus, é incompreensível não apenas para a razão discursiva, mas também para intuição pura. É por isso que mesmo Lao Tzu não pôde chegar à conclusão disso. Estranho dizer que, com o mistério da Tríade revelado, o homem sabe mais sobre Deus do que jamais conheceu antes, mas também percebe mais plenamente a absoluta incognoscibilidade da Essência de Deus.


Tanto Lao Tzu e os antigos Gregos falaram sobre a incompreensibilidade do Absoluto, de seu «inominável» – que como Gi-ming Shien observa, é também ligado com o conceito de Lao Tzu de «nada». Enquanto o Ser Absoluto desses filósofos está além da razão discursiva, não é, por natureza, incompreensível para a pura intelecção humana, e pode ser definido positivamente como o Uno. Com o mistério da Tríade, a incompreensibilidade de Deus é mostrada radicalmente, de forma mais absoluta do que Lao Tzu ou os Gregos poderiam imaginar. Em “Os Nomes Divinos” – um tratado místico do Século IV, escrito na tradição de S. Dionísio  o Areopagita – o autor examina os nomes do Uno, que podem ser aplicado a Deus, e, então, compara com outro “nome mais subline” – que é Tríade, que ensina-nos que Deus, em última análise, não é nem único ou muitos, e é ao mesmo tempo, sendo incognoscível no que Ele é.

Deus é igualmente mônada e Tríade, escreve São Máximos o Confessor. O ponto máximo da revelação é, assim, uma antinomia, um paradoxo que não pode ser resolvido por poderes humanos. O Arquimandrita Sofrônio escreve: «Nossa mente racionalmente funcional está presa em um vício, incapaz de se inclinar para um lado ou para o outro, como uma figura crucificada em uma cruz ».

O que Lao Tzu chamou de «inominável» do Absoluto, encontra, assim, sua plenitude na revelação na Unidade Triádica como um fato primordial. É a realidade última, dado que não pode ser deduzido, explicado ou descoberto por meio de qualquer outra verdade; porque não há nada que seja anterior a isso. O pensamento humano, renunciando a todo apoio, encontra seu apoio em Deus. Aqui o pensamento ganha uma estabilidade que não pode ser abalada; a ignorância passa ao conhecimento.

São Gregório Nazianzeno , que pode ser chamado de «poeta da Santíssima Trindade», descreve belamente sua contemplação desta antinomia suprarracional: «Assim que concebo o Um, sou iluminado pelo esplendor dos Três; assim que eu os distingo, sou levado de volta ao Um. Quando penso em qualquer um dos três, penso Nele como um todo e meus olhos estão cheios, e a maior parte do que estou pensando me escapa. Não posso captar a grandeza daquele Uno, como atribuir maior grandeza ao resto. Quando contemplo os Três juntos, vejo apenas uma tocha e não posso dividir ou medir a Luz indivisa».

Se o Mistério da Tríade Una não pode ser deduzido através de poderes humanos, por que Deus revelou a Moisés quando Ele revelou o mistério da «EU SOU»? A resposta do Arquimandrita Sofrônio segue:

«Deus revelou-se na medida em que Moisés poderia compreender, pois Moisés não poderia captar toda a revelação: “Farei toda a minha bondade passar diante de ti e proclamarei o nome do Senhor diante de ti ... te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. ... E eu tirarei a minha mão, e me verás por trás, mas o meu rosto não será visto».

«Séculos se passaram antes que o verdadeiro conteúdo do surpreendente nome “EU SOU” fosse compreendido. Por todo o fervor de sua fé, nem Moisés, nem os profetas que eram seus herdeiros, apreciaram plenamente a bênção que lhes foi concedida. Eles experimentaram Deus principalmente através de eventos históricos. Se eles se voltaram para Ele em espírito, eles contemplaram na escuridão. Quando nós, filhos do Novo Testamento, carregamos o Antigo Testamento, notamos como Deus tentou sugerir aos nossos precursores que esse EU SOU é Um Ser e, ao mesmo tempo, Três Pessoas. Em certas ocasiões, Ele até mesmo fala de si mesmo como nós. "E Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança". "E o Senhor Deus disse: Eis que o homem se tornou como um de nós". Um caso ainda mais notável ocorre com Abraão: três homens apareceram para ele, mas ele se dirigiu a eles como se fossem apenas um ».

Aqui, ao falar do vislumbre da Trindade Una no Antigo Testamento, não podemos negligenciar a frase inicial no Capítulo 42 do Tao Teh Ching, em qur Lao Tzu escreve, «O Três produz todas as coisas». Comentando esta passagem, Gi-ming Slum diz que os três representam «a reconciliação do oposto» – que não está longe da explicação de São Gregório Nazianzeno do significado da Tríade: “A Tríade se contém em perfeição, pois é a primeira que supera a composição da díade”. Gi-ming Shiem declarou ainda que «o Três é o princípio da ordem», e é assim que «produz todas as coisas». Aqui pode ser visto que Lao Tzu, embora não tenha sido dado a conhecer o significado completo da Tríade, no entanto, percebeu que era um Princípio Criativo." -- A Incompreensibilidade da Tríade, Cristo o Eterno Tao, Hieromonge Damasceno Christensen 

" Disse também: Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca. O pai então ...

"Disse também: Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca. O pai então repartiu entre eles os haveres. Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Entrou então em si e refletiu: Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância... e eu, aqui, estou a morrer de fome! Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse, então: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou: Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo! Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado." – Lucas 15: 11-32


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"Está parábola é extremamente rica em significado. Nela repousa o centro da espiritualidade Cristã e de nossa vida em Cristo. Pega o homem em cada momento quando ele foge de Deus, abandonando Ele para seguir seus próprios passos nesta ilha de delírio, onde ele espera encontrar plenitude e vida em abundância. Está parábola descreve também o progresso – lento no começo e triunfante no final – que traz ele de volta, arrependido e livremente rendido para a casa de seu pai.

Um ponto primordial é que está parábola não é simplesmente a história de um único pecado. É o pecado na sua maior natureza essencial que é revelado para nós, junto com seu poder destrutivo. Um homem tinha dois filhos: o mais jovem clamava de seu pai o direito dele de herança. Estamos tão acostumados a uma restrição com que o Evangelho retrata a cena que a lemos sem perturbação – para nós, é apenas o começo da história. E ainda, se parássemos um momento para ver o que as palavras implicam, seríamos atingidos com horror. Está simples frase “Pai, dê-me...” significa ‘Pai, dê-me, aqui e agora, o que será meu de qualquer jeito quando você estiver morto. Eu quero viver minha vida, você está no caminho; não posso esperar para que morras, eu seria muito velho para aproveitar o que a riqueza e liberdade podem trazer-me: então, morra! Você não existe mais para mim, estou crescido, não preciso de pai, o que eu quero é liberdade e todos os frutos de sua vida e trabalho, morra e deixe-me ir’. Não é está a essência do pecado? Não falamos também para Deus tão suavemente como o filho mais jovem no Evangelho, mas com a mesma ingênua crueldade, pedindo a Deus todo que Ele pode nos dar, saúde, força corporal, inspiração, esplendor intelectual, tudo o que podemos ser e tudo que podemos ter, ao pegar dele e desperdiçá-lo, deixando completamente esquecido e abandonado? Nós também não cometemos este assassinato espiritual tanto contra Deus e contra nosso próximo – filhos e pais, maridos e esposas, amigos e relações, companhias na escola e no trabalho? Também não comportamos como se Deus e o homem não tivesse outro propósito além de labutar e dar-nos os frutos de suas vidas, suas vidas de fato, enquanto eles próprios não tem significado importante para nós? As pessoas, o próprio Deus, não são mais pessoas, mas circunstâncias ou coisas. E, tendo pegado tudo o que eles podem nos dar, viramos as costas para ele e encontramos nós mesmos infinitamente longe daqueles que não tem face mais para nós, sem olhos que podemos conhecer. Apagando a existência do doador, nós nos tornamos donos do nosso próprio direito e nos excluímos do mistério do amor, pois não somos mais capazes de receber e somos incapazes de dar. Está é a principal essência do pecado – excluir o amor, alegando dele que ama e dá que ele deveria sair de nossas vidas, aceitar a aniquilação e morrer; este assassinato metafísico do amor é o ato do pecado, o pecado de Satã, de Adão e Caim. 

[...]

Entretanto, veio o tempo em que a riqueza o traiu, e quando tudo se foi e nada resta para seus amigos, mas ele mesmo. De acordo com a inexorável lei do mundo secular e espiritual (Mateus 7:2: “com a medida que tiverdes medido vos hão de medir a vós”), todos abandonaram-no, pois não passou a ter necessidade para eles e seu destino espelha o de seu pai: ele não existe mais para eles, está só e destituído. Está faminto, sedento, sentindo frio, desolado e rejeitado. Foi deixado sozinho assim como ele deixou seu pai, mas enfrenta uma miséria infinitamente maior - seu nada interior; enquanto seu pai, apesar de desertado, foi rico com uma invencível caridade, essa caridade que o fez entregar sua vida pelo seu filho, aceitar a repudiação, assim seu filho poderia livremente seguir seu caminho. Ele encontra um trabalho, mas é para ele a maior miséria e degradação – ninguém o alimenta e ele não sabe como encontrar comida. E que humilhação ao cuidar dos suínos! Um símbolo de impureza para os Judeus, impuro como os demônios que Cristo o expulsa. Seu trabalho é uma parábola de seu estado, sua impureza interior coincide com a impureza ritual de seu rebanho de porcos. Ele alcançou o fundo do poço e, agora, na profundidade que lamenta sua miséria.

Nós também, frequentemente, lamentamos nossa própria miséria mais do que damos graças pela alegria de nossas vidas, não porque nossos sofrimentos são pesados, mas porque os encaramos tão covardemente, tão impacientemente. Abandonado por todos os seus amigos, rejeitado por todos os lados, ele permanece face a face consigo e, pela primeira vez, olha o interior.  Liberto de toda sedução e atração, de todas as mentiras e armadilhas que ele pensava ser libertação e realização, ele recorda de sua infância, o tempo quando ele tinha um pai, quando não era um órfão, ainda não tinha se tornado um errante sem lar. Ele percebe também que o assassinato moral que cometeu não matou pai, mas ele, que seu pai deu sua vida com total amor que ele poderia permitir-se à esperança, e levantou-se, deixando para trás sua existência precária, partiu para a casa de seu pai, resolveu-se atirar-se aos pés da misericórdia de seu pai. Não é apenas a lembrança de sua casa, do fogo na lareira e de uma mesa carregada de comida que o faz começar; a primeira palavra de sua confissão não é “perdoa-me”, mas “Pai”. Ele recorda-se que o amor de seu pai foi lhe dado livremente, e que todas as boas coisas da vida vieram dele, (Cristo disse “Buscai primeiro o Reino de Deus, e o resto vos será dado por acréscimo”). Ele não está voltando para um estranho que não o reconheceria, para alguém que ele diria “Não se lembra de mim? Houve um tempo quando você tinha um filho que te traiu e abandonou, sou eu”. Não, é o nome de “pai” que brota do fundo, que acelera seu ritmo, que permite-o esperar. E nisto ele descobre a natureza verdadeira do arrependimento, pois o verdadeiro arrependimento mistura-se a visão própria do mal e a certeza de que existe um perdão para nós, pois o amor verdadeiro não pode falhar nem ser extinto. Quando há apenas uma desesperançosa visão de nossas próprias faltas, o arrependimento permanece incompleto; traz remorso e pode levar ao desespero. Judas não entendeu o que ele tinha feito, viu que sua traição era irremediável; Cristo foi condenado, ele tinha morrido. Mas ele não se lembrou que o Senhor se revelou a si mesmo e ao Seu Pai Celestial, ele não entendeu que Deus não o trairia como ele o traiu. Ele perdeu toda esperança, e saiu e enforcou-se. O seu pensamento estava com seu pecado, com ele mesmo, não com seu Deus, o Pai de Jesus e seu Pai, também."

Na festa da Natividade de Nosso Senhor foram recebidos na Santa Igreja, Macário (Victor), Marcelo, Felipe e Leão (Leonardo) quatros...



Na festa da Natividade de Nosso Senhor foram recebidos na Santa Igreja, Macário (Victor), Marcelo, Felipe e Leão (Leonardo) quatros jovens de Belo Horizonte – MG por Sua Excelência Reverendíssima D. Crisóstomo, Arcebispo Ortodoxo do Rio de Janeiro e Olinda-Recife. Foi um grande júbilo para nós e a comunidade da Catedral.

"Cada um de nós teve um caminho em direção à Igreja, mas esses caminhos, mesmos que tortuosos em certos momentos, pode nos levar ao Corpo Místico de Cristo. Assim como os adoradores de um astro, que de um astro aprenderam a adorar e reconhecer à Cristo, nós também aprendemos, através de nossas experiências pessoais, a ver a Cristo como sendo a Verdade e o único caminho verdadeiro. 

Os cânticos, leituras, orações e tropários, durante a vigília e a Sagrada Liturgia, nos relembravam cada vez mais que Deus estava ali presente. Este Deus havia de fato se encarnado e que era possível conhece-Lo, não como uma ideia abstrata, mas como uma pessoa em Jesus Cristo. 

Quando o bispo nos chamou a nos apresentar, uma tremenda alegria e temor tomou conta dos nossos corações pois, a partir desse momento, nossas vidas não seriam mais as mesmas. Ao sermos ungidos com “o selo do Dom do Espírito Santo” sentimos uma alegria semelhante a da Santíssima Theotokos quando o Espírito Santo desceu e cobriu-a ao aceitar ser Mãe de nosso Deus, sentimos o júbilo dos Santos Apóstolos durante o Pentecostes. Ao sermos tonsurados, confessamos a nossa obediência a Cristo e sua Igreja, assim como os Santos Apóstolos, Profetas, Mártires e Padres.

Terminado o rito de Crisma e tonsura, D. Crisóstomo disse-nos que agora somos definitivamente membros da Igreja, e que poderíamos contar com a ajuda espiritual de 250 milhões de fiéis reunidos ao redor do mundo, e, ainda mais, que podíamos contar com a ajuda daqueles que já alcançaram a união plena com Deus nos céus, e que não cessam de interceder por nós. E, assim como os magos, que após terem adorado à Cristo, “partiram para a sua terra por um outro caminho”, nós também seguimos este outro caminho. Mas não mais como os mesmos simples homens que entraram naquela Catedral, e sim como servos e amigos de Deus."

Macário Victor

† Mensagem De Natal do Santo Sínodo dos Bispos da Igreja Ortodoxa Autocéfala da Polônia ao Venerável Clero, aos amantes de Deus...



Mensagem De Natal
do Santo Sínodo dos Bispos da Igreja Ortodoxa Autocéfala da Polônia
ao Venerável Clero, aos amantes de Deus Monges e Monjas
e a Todos os amantes de Deus Cristãos Ortodoxos


Cristo nasce!



„Todos juntos: os Anjos nos céus dançam e rejubilam-se neste dia, enquanto exulta a criação inteira por causa do Salvador que é nascido em Belém, pois a mentira dos falsos ídolos chegou ao fim para que reine o Cristo pelos séculos„ (Lc. 2, 10-11).


A Santa Igreja, nossa Mãe, novamente nos chama, para que juntos com o mundo angélico e toda a criação, celebremos a vinda ao mundo de Jesus Cristo. Cristo entrou para a história do mundo em forma de homem, que nasceu “do Espírito Santo e da Virgem Maria”, para trazer ao mundo a paz, anunciar o amor e renovar toda a criação.

São João Crisóstomo considera o Nascimento de Cristo o ápice de todas as outras festas, pois ela é o início de tudo o que virá depois: o Seu Batismo, a Sua Paixão e a Sua Ressurreição.

O Nascimento de Cristo é um ato único e inigualável, salvífico, para toda humanidade (1) e eterno, o qual é vivido e alcançado pela fé em Cristo. A Santa Igreja exalta: “Vós todos os que foram batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo. Aleluia!”.

Ele, o nosso Salvador, manifestou o Seu amor para com a decaída raça humana, e sendo o “incircunscritível [que] nasceu numa gruta”. Desta maneira brilhou sobre o mundo o “Sol de Justiça”, para curar a natureza humana e elevá-la até os céus.

Irmãos e Irmãs! Unindo-nos ao mundo angélico, exaltemos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra, aos homens, boa vontade”. Esta misteriosa e celeste boa vontade é percebida na Igreja na relação com todo o universo. Também por isso nós exaltamos: “Deus está conosco, compreendei, ó nações, submetei-vos, porque Deus está conosco”.

Na noite da Natividade de Cristo a alegria espiritual é enorme. Ela preenche nossos corações e nossas casas. Conforme a nossa tradição ortodoxa, os dias que sucedem após a festa da Natividade de Cristo até a festa do Batismo do Senhor, são chamados de “dias santos”. Esta denominação está relacionada ao estado festivo dos Fiéis, conscientes de que a vinda ao mundo do Menino Cristo traz ao mundo a possibilidade de se alcançar a vida eterna.

O santo bispo Leão o Grande escreve: “Alegremo-nos, pois é nascido o nosso Salvador! Não deve haver lugar para o sofrimento lá onde habita a nascida Vida, que havendo destruído o medo diante da morte, nos dá a alegria de possuirmos a prometida eternidade. Que alegre-se o santo, pois ele se aproxima da glória. Que exulte o pecador, pois a ele é concedido o perdão. Que o pagão encontre inspiração, pois ele é chamado para a vida”.

O chamado da Igreja, afirmando que no Nascimento de Cristo o homem recebe o perdão, dá testemunho de que Deus em todo homem vê a Sua imagem. Por isso também o homem deve ser a imagem de Deus no mundo.

Irmãos e Irmãs! O mundo atual está cheio de dificuldades, decepções materiais e espirituais. Atualmente o ser humano experimenta numerosos distúrbios e quedas, que levam à dissolução da família e da sociedade. A humanidade sofre por causa de diversas guerras fratricidas, por causa do terrorismo, das patologias, da matança de crianças não nascidas, etc. No mundo há muita injustiça, violência, mas muito pouca oração, amor, abstinência.

Nós, Cristãos Ortodoxos, guardando intactos os ensinamentos de Cristo, temos o dever de dar bom exemplo, praticando o bem para com o mundo que nos cerca. O Deus e homem, Cristo, nos ensina como devem ser os Seus discípulos: Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (J 13, 35).

O Cristo recém-nascido traz à humanidade a paz e o silêncio interior. Por isso também a festa do Nascimento de Cristo é a festa da paz, do amor e da esperança.

Irmãos e Irmãs! O ano de 2017 foi para a nossa Igreja um ano repleto de acontecimentos. Partiram de nós para a eternidade dois arquipastores, que por longos anos serviram a Santa Igreja. Elegemos e realizamos a sagração episcopal de quatro novos servos do Altar do Senhor. Rendemos graças a Cristo, a Cabeça da Igreja, pelo Seu amor para conosco.

O ano de 2018 é para a Polônia, e da mesma forma para nós, o ano do jubileu de 100 anos da conquista da Independência. Neste período, no ano de 1924, a nossa Igreja recebeu a autonomia, autocefalia, e entrou para a família internacional das Igrejas Ortodoxas Locais. Esta foi uma grande realização, pela qual nós expressamos nossa gratidão à Providência Divina.

Por outro lado, a Igreja passou por numerosas provações. No ano de 1938 muitos de nossos templos foram destruídos, o patrimônio da Igreja foi tomado, foi imposta à Igreja uma lei discriminatória sobre sua administração. Foi realizada а Operação Vístula, trágica em suas consequências. A 2ª Guerra Mundial destruiu quase completamente a Igreja. Apesar de todas essas dificuldades, nesse período muitos de nossos irmãos e irmãs deram suas vidas pela Santa Ortodoxia. A Igreja, como Mãe, os anunciou como santos, realizando sua canonização na presença de todas as Igrejas Ortodoxas. Exultem os santos na glória (Sl 149, 5).

Nossos ancestrais, fiéis aos seus Pais, guardaram a fé ortodoxa, a cultura espiritual, a língua litúrgica, transmitindo-os até nós. Graças ao seu zelo, à sua perseverança e ao seu amor pela Santa Igreja, hoje vivemos e louvamos o nascido Deus e homem Jesus Cristo, cantando: “Glória a Deus por tudo, pelas alegrias e pelas provações”.

À nossa Pátria e aos seus governantes, no ano do jubileu de 100 anos da conquista da Independência, desejamos muitas graças do Senhor e a ajuda de Deus. Possam eles guiar a Nação sabiamente, atentos também para o bem da Santa Igreja Ortodoxa.

Irmãos e Irmãs! Hoje, quando nos lembramos de que “para nós nasceu a pequena Criança, o Deus pré-eterno”, convidamos a todos, para que fortaleçam o empenho no serviço à Santa Igreja e no aperfeiçoamento espiritual. Não enfraqueçamos em nosso zelo e responsabilidade pela nossa Igreja, guardemos nossos costumes, a cultura espiritual, a língua. Para isso Cristo nos chama: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos (Jo 8, 31).

Ao Menino Cristo ofereçamos nossa fé e a promessa de que agiremos de forma digna de sermos chamados cristãos ortodoxos, pois assim fomos chamados, para que nos portemos com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-nos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4, 1-3).

Saudamos cordialmente ao venerável Clero, aos amantes de Deus Monges e Monjas, à Juventude, às Crianças e a todos os Fiéis da nossa Igreja pela festa do Nascimento de Cristo e pelo ano novo de 2018!


Cristo nasce! Glorificai-O!


Pela misericórdia de Deus, os humildes:

+ Sawa, Metropolita de Varsóvia e toda Polônia
+ Abel, Arcebispo de Lublin e Chełm
+ Jakub, Arcebispo de Białystok e Gdansk
+ Jerzy, Bispo de Wrocław e Szczecin
+ Paisjusz, Bispo de Przemyśl e Gorlice
+ Chrisóstomo, Arcebispo do Rio de Janeiro e Olinda-Recife
+ Grzegorz, Arcebispo de Bielsk
+ Atanazy, Bispo de Łódź e Poznań
+ Ambrósio, Bispo do Recife
+ Pawel Bispo de Hajnówka
+ Andrzej, Bispo de Supraśl
+ Warsonofiusz, Bispo de Siemiatycze


Nascimento de Cristo 2017/18.
Varsóvia

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“Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor.” (Lc. 2,1) Neste dia 06/01/2018 na Paróquia de São Pedro e São Paulo  foi re...


“Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor.” (Lc. 2,1)


Neste dia 06/01/2018 na Paróquia de São Pedro e São Paulo  foi realizada a sagrada Liturgia do Natal, ou seja, da natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presidida pelo Padre Emiliano Camilo e com a participação de um grande número de fiéis. Após a Sagrada Liturgia houve uma apresentação do Coral São Pedro e São Paulo de Mamanguape-PB que, sob a regência de nosso fiel João Robson, iluminaram mais ainda a noite com dois clássicos natalinos. 



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